Por que a COP30 pode ser uma oportunidade para sua empresa

Empresas compromissadas com o enfrentamento da crise climática terão o mundo como plateia se souberem aproveitar os diálogos da COP30, que acontece em Belém, no coração da Amazônia

Quando esse grande holofote do mundo mirar à histórica cidade de Belém, o mundo irá discutir a crise climática de dentro: em meio à maior floresta tropical do mundo, com uma extensão de 7,4 milhões de km² e que se estende por nove países. A COP30 acontece entre 10 e 21 de novembro.

A BANCA Comunicação + Impacto esteve presente em um dos eventos preparatórios do grande encontro, o COP30 no Brasil – Desafio e Oportunidades, realizado em 22 de agosto e organizado pela agência Approach, no Museu das Culturas Indígenas, em São Paulo.

A ocasião reuniu representantes do CEBDS – Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, IPAM – Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM)LACLIMA – Latin American Climate Lawyers Initiative for Mobilizing Action, primeira organização de advogados de mudanças climáticas na América Latina.

“É um momento em que grande atenção internacional vai estar aqui no país e não necessariamente esse é um músculo que as empresas mexem tanto”, avaliou Jonas Kulakauskas, coordenador de sistema integrado de gestão do CEBDs. “Para além da COP, o CEBDs acha que um ponto muito importante para as empresas é se habilitar a entrar nesse diálogo internacional”, avaliou.

Crise climática: o que sua empresa tem a ver com isso

A fala do especialista trouxe um valioso passo a passo para que as empresas consigam encontrar na sustentabilidade uma forma de gerar oportunidades, com substância e transparência, fugindo das armadilhas do “marketing por si só” que o mundo já conhece por greenwashing.

Tudo começa pela criação de um plano de transição para a crise climática. “Depois de saber o quanto você emite, e de ter uma meta para reduzir suas emissões, você precisa mostrar como vai chegar lá”, revelou Kulakauskas. “Quanto vai custar e quando você vai concluir cada etapa. É preciso ser muito transparente com isso”.

Em seguida, é preciso estar pronto para integrar o grande diálogo. “Cada país traz uma nova meta climática [para as conferências]. E se a empresa não conhece, não está mergulhada nesse mundo, ela não vai conseguir incidir sobre isso, participar dessa discussão, apoiar o avanço”.

Crise climática: soluções podem receber investimento internacional

O terceiro passo fala diretamente ao bolso. “Essas conferências, além da discussão no âmbito da ONU, também são momentos em que os países recebem muito investimento”, explicou o analista.

E aí vale lembrar de algumas COPs do passado e os valores que elas atraíram em investimento para seus países sede. O Egito, que sediou o encontro em 2022, recebeu US$ 80 bilhões para realizar sua transição energética. Enquanto que para a Indonésia, que recebeu a COP13, em 2007, foi feito um aporte no total de US$ 20 bilhões, com vistas ao fechamento de carvoarias.

A principal mensagem é: sua empresa pode estar entre os negócios incluídos na próxima onda de recursos. “As empresas que entenderem esse movimento podem participar, podem ter seu projeto ali. E conseguir acesso a esses fluxos”.

Como última lição, o especialista do CEBDs citou a importância do próprio local onde acontecerá a COP30. “A região é muito interessante em termos de ações no território, mas tudo tem que ser feito com responsabilidade. Busquem atores de lá, pessoas que conheçam a realidade”.

E uma regra de ouro: a hora é de trabalharmos juntos. “Porque nós não queremos ter um movimento de atores que não estão no território, chegando e propondo soluções novas, sem conhecer o que está acontecendo”, finalizou o convidado.

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