Se não por amor, que seja pela dor. Tem sido pela dor que o mercado tem aos poucos voltado a atenção para um contingente de pessoas ignoradas até bem recentemente: as mulheres na pré, pós e na menopausa em si. Da medicina ao skincare, da moda à alimentação, da comunicação ao sistema bancário, o mais amplo espectro da indústria não só ignorou como praticamente amaldiçoou essa fase da vida. Fosse pela invisibilidade ou por rótulos que traziam (e ainda trazem) termos como ‘antiaging’ (anti-idade) e por aí vai.
Só que nunca vivemos tanto, com tantas possibilidades de bem estar e eis que a ficha foi basicamente empurrada para cair. Na área do comportamento, um leque de influenciadoras tem se prontificado a derrubar os estigmas e mitos e trazer informação de qualidade a esse público. Só para citar algumas: a apresentadora Angélica, que se juntou à jornalista Silvia Ruiz, no projeto SuperIdade, o perfil She_____T, a jornalista Claudia Lima, editora de Vogue Sua Idade.
Em termos de mercado, há basicamente um oceano azul de oportunidades. De acordo com matéria publicada em fevereiro de 2022 na Vogue Brasil, dados do Female Founders Fund apontam para cerca de 1 bilhão de mulheres em todo o mundo estarão na menopausa até 2025, uma oportunidade avaliada em cerca de US$ 600 bilhões para as empresas.
Não são poucos os sintomas que podem impactar a vida das mulheres (e de homens trans) nesta fase. De acordo com a mesma matéria da Vogue, o número de sintomas pode chegar a 76, entre eles ondas de calor queda do colágeno, baixa libido, flacidez, dor nas articulações e ressecamento da pele.
O potencial econômico aliado a esse imenso leque de oportunidades para melhorar a qualidade de vida feminina e a mudanças culturais, que demandam inclusão e representatividade, já se refletem no portfólio do chamado mercado da longevidade. A indústria farmacêutica e de produtos de beleza têm turbinado seu portfólio, lançando produtos para atender a essa faixa etária.
O fato recente mais relevante é a aprovação pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos (equivalente à Anvisa no Brasil) de um novo medicamento oral não hormonal (Veozah) para atenuar as ondas de calor da menopausa (leia matéria aqui). Nos últimos anos, no entanto, sobretudo a indústria de dermocosméticos já tem se dedicado a trazer novidades. Avon, Shiseido, Vichy, Korres e brasileiras como a Nuaá e M.Balme já têm linhas voltadas à menopausa.
E por aí, já pensou como o seu negócio está se preparando para atender a esse público?