O greenwashing é o mais ‘pop’ dos washings na comunicação voltada à sustentabilidade e esg (embora não seja o único). Na prática, o conceito refere–se à divulgação de informações inverídicas sobre a sustentabilidade de produtos e atividades das empresas. A prática tem se tornado bastante comum, a ponto do secretário-geral da ONU, António Guterres, defender “tolerância zero para o greenwashing na neutralização de emissões”. A declaração ocorreu durante o lançamento do lançamento do primeiro relatório do Grupo de Especialistas de Alto Nível Sobre a Emissão de Gases de Efeito Estufa, na COP 27. De acordo com Guterres trata-se de “um guia prático para garantir compromissos de zero líquido confiáveis e responsáveis”.
O primeiro relatório do grupo é resultado do trabalho e consultas ao longo de sete meses e reflete a contribuição de 17 especialistas selecionados pelo chefe da ONU.Por meio de 10 recomendações práticas, o relatório fornece clareza em quatro áreas-chave definidas pelo secretário-geral das Nações Unidas: integridade ambiental, credibilidade, responsabilidade e o papel dos governos. Conheça algumas recomendações
- As promessas de emissão zero líquido (quando todas as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) que ainda forem causadas pelo homem alcançarem equilíbrio com a remoção de gases da atmosfera, um processo conhecido como remoção de carbono) devem estar alinhadas com os cenários do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU, IPCC
- As metas também devem abranger todas as emissões de efeito estufa e todos os seus escopos: as diretas, indiretas e até mesmo aquelas originadas de cadeias de suprimentos;
- As promessas para zerar emissões devem ser acompanhadas por um plano de como a transição está sendo feita;
- Os compromissos devem detalhar como a transição atenderá às necessidades dos trabalhadores das indústrias de combustíveis fósseis e setores afetados pela transição para energia renovável;
- Todas as iniciativas voluntárias de descarbonização devem acelerar os esforços para padronizar os relatórios de progresso, em formato aberto e por meio de plataformas públicas que alimentam o Portal de Ação Climática Global da ONU sobre Mudanças Climáticas.
O greenwashing coloca em risco não só a imagem como a própria reputação de uma marca/empresa. É o que sempre apontamos nos treinamentos para equipes: sustentabilidade e ESG se fazem com dados. Isto é, indicadores, metas e acompanhamento da evolução desses números. A comunicação é uma consequência deles, pelo inescapável: é preciso ter o que comunicar. Ou seja, a comunicação ESG faz parte de um ciclo virtuoso, digamos assim. Um processo maior que inclui materialidade, indicadores verificados de acordo com metodologias reconhecidas, análises, relatórios.
Fonte: ONU