Obsolescência Programada

Produzir prevendo o tempo que irá durar – assim pode ser resumido esse conceito associado ao processo de globalização e que ganhou força a partir da Grande Depressão de 1929

Também chamada de obsolescência planejada, diz respeito a quando um produto lançado no mercado se torna inutilizável (ou obsoleto) em um período de tempo relativamente curto e de forma proposital, ou seja, quando empresas lançam mercadorias para que sejam rapidamente descartadas, estimulando – ou seria obrigando? – o consumidor a comprar novamente.

Essa estratégia de negócio é, em geral, associada ao processo de globalização e seus primeiros ecos surgem no início dos anos 1930 com a Grande Depressão de 1929.

Durante a profunda crise econômica que marcou esse período, e que resultou num mercado consumidor impotente, observou-se um círculo vicioso: muitos produtos industrializados não comercializados, diminuindo o lucro das empresas, o que aumentava o desemprego e reduzia ainda mais o consumo, consequentemente, aumentando a crise.

A conclusão foi que produtos duráveis desfavoreciam a economia por reduzirem o consumo. Tanto que, na época, a máxima entre os economistas de mercado norte-americanos era: “um produto que não se desgasta é uma tragédia para os negócios”.

Um dos primeiros exemplos da história vem da indústria de lâmpadas nos Estados Unidos. Os produtos tinham uma vida útil média de 2.500 horas. Após a Grande Depressão, formou-se uma espécie de cartel entre os fabricantes e esse tempo foi reduzido para 1.000 horas.

Conheça outros cases históricos de obsolescência programada no documentário “Comprar, Tirar, Comprar” (Espanha, 2011), dirigido por Cosima Dannoritzer.

A relação entre a obsolescência programada e a sustentabilidade

Podemos dizer que, na verdade, se trata de uma não relação.

A obsolescência planejada trabalha contra a sustentabilidade. Cada vez que um produto de consumo é jogado no lixo ou despejado em um aterro sanitário, isso prejudica o meio ambiente a médio e longo prazo. Afinal, para além dos componentes tecnológicos, há outros materiais usados e que vão ser descartados na natureza – sem contar, o volume de plástico envolvido nesses processos.

Saiba mais sobre a crise climática aqui.

Além disso, sempre que um produto obsoleto precisa ser substituído, mais matéria-prima é exigida para a produção de outro. E esse substituto precisará ser fabricado, o que coloca em cena todo o impacto dessa fabricação: consumo de água, uso de materiais tóxicos, emissão de CO2 e por aí vai a pegada ambiental…

E como “cereja do bobo”, ainda há o transporte: da fábrica até as lojas, das lojas até os consumidores. E tudo isso ainda depende, em grande parte, do uso de combustíveis fósseis.

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